BRASIL

CPMI do 8 de Janeiro terá depoimentos reivindicados pela oposição nesta semana


A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ouve esta semana pessoas requisitadas pela oposição. Na terça-feira (29), será recebido o coronel Fábio Augusto Vieira — que comandava a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no dia dos atos extremistas. Na quinta-feira (31), será a vez do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias. Os depoimentos são estratégicos para aliados de Jair Bolsonaro (PL), que querem proteger o ex-presidente. 



Para isso, o caminho estudado é a apresentação de um relatório paralelo que consiste em tirar Bolsonaro do foco e concentrar a responsabilização das invasões aos prédios dos Três Poderes nas forças de segurança do DF e na omissão dos gestores federais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


Por se tratar de uma figura ligada diretamente ao governo Lula, o depoimento do general Gonçalves Dias é o mais aguardado pela oposição. “Dias tem muito a dizer, a esclarecer. Ele já foi pego em um flagrante que o torna a peça central: ele sabia da preparação da invasão ao Palácio do Planalto, informou à Abin [Agência Brasileira de Inteligência], depois se negou a tomar iniciativa de proteger o Palácio. Ele tinha, não só conhecimento, como a possibilidade de evitar tudo o que aconteceu no 8 de Janeiro”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO). 



O ministro era o chefe da segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Ele pediu demissão do cargo depois do vazamento de imagens em que aparece circulando pela sede do Poder Executivo federal entre os invasores durante os atos extremistas.


A convocação do ex-ministro foi aprovada em 20 de junho. No entanto, a ala governista ainda tentava evitar que o militar comparecesse ao colegiado. A definição da data para ouvir Dias acontece em meio às tratativas para quebrar os sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Bolsonaro.



Mesmo seguindo uma linha oposta à da ala de Bolsonaro, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), declarou que a ida do ex-GSI ao Congresso servirá para “entender melhor essa transmissão de informações por parte da inteligência e saber até que ponto existia o compartilhamento desses dados em relação à PMDF”. Ela afirmou que o depoimento de Dias “é importante assim como a de outros generais que deverão ser ouvidos”. O ex-chefe do Comando Militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra, é um dos nomes cogitados. 


Forças de segurança do DF


A atuação das forças de segurança do DF também entra no centro das discussões desta semana com o depoimento do coronel Fábio Augusto Vieira. O ex-comandante foi preso em operação da Polícia Federal (PF) em 18 de agosto suspeito de omissão durante os atos de 8 de janeiro. As prisões dele e de outros seis oficiais da PMDF foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



As investigações apontam que Vieira trocava mensagens “contendo teorias conspiratórias e golpistas”. Nas conversas sobre supostas fraudes nas eleições e um levante para reverter o resultado das urnas, o então comandante-geral comentou: “A cobra vai fumar”, mesmo, segundo a PGR, sabendo que se tratava de uma informação falsa. “Fábio demonstrou expectativa quanto ao potencial de subversão dos resultados do pleito eleitoral”, diz a instituição.


O depoimento do policial militar atende a sete requerimentos de convocação. Em um deles, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) alega que comando do militar “foi falho”, o que “permitiu que os manifestantes rompessem as linhas de controle estabelecidas e invadissem e depredassem as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e da Presidência da República”. 


Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) quer focar na tese de “apagão de coordenação e comando” no dia das invasões. “Como comandante e com acesso diário aos relatórios de inteligência, [o coronel Fábio Augusto vieira] tinha conhecimento que as manifestações eram fatos portadores de preocupação a exigir medidas preventivas efetivas, o que de fato não ocorreu, dado o despreparo da PMDF e a total falta de coordenação”, argumenta.


Além dos depoimentos, há a previsão de votação de novos requerimentos ao longo da semana. No entanto, ainda não há acordo, o que pode fazer com que todos os mais de 800 pedidos sejam colocados, de uma só vez, em votação

noticia por : R7.com

Facebook
WhatsApp
Email
Print
Visitas: 96 Hoje: 6 Total: 7729793

COMENTÁRIOS

Todos os comentários são de responsabilidade dos seus autores e não representam a opinião deste site.