DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT
A vereadora Michelly Alencar (União Brasil) rebateu, nesta terça-feira (22), as acusações feitas pela colega de parlamento, Edna Sampaio (PT), de que membros do Legislativo Municipal a estariam “perseguindo” politicamente, usando um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete da petista. Edna é acusada de obrigar a ex-chefe de gabinete, Laura Abreu, a devolver valores da Verba Indenizatória que seria de uso individual.
Em coletiva de imprensa na segunda-feira (21), Edna afirmou que está sendo perseguida por ser mulher negra, acusando os demais vereadores de “racistas”.
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Para Michelly, a petista tem usado de vitimismo para justificar uma irregularidade cometida por ela.
“Não adianta dotar essa linha de vitimismo para tentar justificar uma irregularidade cometida por ela. Ela cometeu uma irregularidade, não quer admitir e aí está sendo investigada por isso. De alguma maneira ela precisa se justificar e infelizmente a justificativa dela é acusando outras pessoas. Eu tenho a consciência muito tranquila”, disse.
Vale lembrar que Edna demitiu a mesma chefe de gabinete, que é negra, quando esta estava grávida. Em depoimento à Comissão de Ética, Laura Abreu disse que era pressionada a repassar os valores e que nunca soube que o valor pertencia a ela. Ela também contou que implorou para não ser demitida, tão logo informou à vereadora que estava grávida.
Para Michelly, as acusações chegam a ser “pífias”. “Chega a ser pífia essas acusações de perseguição. Todas as vezes que alguém se se posiciona contra ela, essa pessoa vira inimigo ou perseguidor. Falta preparo para estar na política.”
Edna é alvo da Comissão de Ética e Decoro da Câmara por suposta apropriação indevida de Verba Indenizatória de Laura Abreu, num montante de R$ 20 mil. Foram feitas transferências bancárias no ano passado, para uma conta em nome da vereadora, à qual ela diz ser para “mandato coletivo”.
Na semana passada, a comissão aprovou o relatório propondo a cassação do mandato da vereadora. Entretanto, a vereadora conseguiu suspender o processo por meio de uma liminar na Justiça de Mato Grosso.
Na coletiva desa segunda-feira, Edna ainda confirmou que continua exigindo o repasse da Verba Indenizatória de sua atual chefe de gabinete para a mesma conta em seu nome e usando o dinheiro para “as custas do mandato”.
“Isso é racismo. Sabe por quê? O racismo aponta pras pessoas negras uma criminalidade, independentemente de culpa. Num momento, eu era uma pessoa privilegiada que não precisava do salário da Câmara Municipal e saiu nos jornais isso. No momento seguinte, eu já sou a ‘trombadinha’ que subtraiu da minha chefe de gabinete 5 mil reais. Ou seja, é uma forma de atribuir a um corpo negro, que ocupa um espaço sem direito à defesa, uma prática ilícita”, disse Edna, na ocasião.
Apesar de Edna alegar que não houve nenhuma ilegalidade na apropriação da verba, Michelly defende a criminalização do ato da parlamentar.
“Ela usa a justificativa de que a lei não proíbe a transferência da V.I.. Isso é um absurdo. A lei é clara: a verba é destinada para a chefe de gabinete. Eu me apropriar de algo que não é meu, é crime ou não? Então, quem está cometendo crime de perseguição não sou eu, é a vereadora Edna. Porque ela, sim, me cita nominalmente, faz acusações que eu estou a perseguição. Isso é perseguição”, completou.
FONTE : ReporterMT