“Verão Garota Ratazana”, como o Washington Post define, é “um movimento no TikTok que incentiva a viver como um rato: perambulando pelas ruas a qualquer hora do dia e da noite, petiscando à vontade e indo a lugares que não tenham nada a ver”. Algumas mulheres usam o rótulo como desculpa para travessuras, relata a [revista britânica] Spectator. Mulheres “forrageiam” por comida (roubam) e vivem sem vergonha (fazem o que querem, independentemente das consequências). O verão Garota Ratazana dá às mulheres a licença para serem “completamente egoístas”, disse uma profissional de tecnologia à Spectator: “Como mulheres, somos ensinadas a nos preocupar com os sentimentos dos outros, e o conceito de garota ratazana rejeita isso e pede para você priorizar a si mesma”.
“Bed-rot” [N.t. nome dado pela Geração Z ao tipo de preguiça de ficar deitado na cama, algo como “podre na cama”], “girl dinner” [N.t. “jantar de garotas”, uma tendência entre as mulheres de glamourizar lanches cheios de embutidos como se fossem refeições completas], “NPC streamers” [N.t. uma espécie de interseção da cultura gammer com a conotação sexual] e agora Garotas Ratazanas são todos movimentos populares nas redes sociais – estranhos e aparentemente bobos. No entanto, observe essas tendências com cautela e preocupação, por mais irrelevantes que pareçam: os jovens levam esses absurdos a sério.
Eu tenho 22 anos, então tive uma infância relativamente livre de telas. A minha é a última geração com a capacidade de escapar do domínio das redes sociais (embora nem todos nós consigamos) porque aprendemos com os pais que a vida adulta e a realidade existem separadas da tecnologia. Nossos pais se conheceram pessoalmente, tinham arquivos, e ainda faziam referência a enciclopédias. Em comparação com gerações anteriores, a nossa tinha muita tecnologia – mas as redes sociais não moldaram nossas personalidades, pelo menos não completamente.
Não é o mesmo hoje. Para as crianças, o TikTok é o mundo real, e as tendências das redes sociais são a vida real. Essas tendências não se traduzem bem na realidade, como a maioria entende.
Você já reparou que as meninas agora se elogiam mutuamente com a palavra “arrasar”? Alguém já “ronronou” para você? Essas são frases popularizadas pelo TikTok, restritas agora a uma linguagem difícil de entender sem as redes sociais. A linguagem no futuro poderá depender dos “ismos” das redes sociais, especialmente quando a geração mais jovem crescer.
As tendências do TikTok são mais importantes do que os negócios duvidosos de Hunter Biden, a inflação ou a próxima eleição presidencial? Provavelmente não. Mas o que os adolescentes consomem hoje moldará sua vida adulta (desculpe: o período em que estão “adultos”). Um futuro com Garotas Ratazanas no comando… não parece tão brilhante.
A mídia e a cultura populares sempre influenciaram a linguagem – desde sitcoms dos anos 90 até o hip-hop e a própria internet – mas o TikTok dissemina informações com uma velocidade incrível e faz as tendências de nicho parecerem comuns e normais. Elas não são, e algumas crianças não sabem disso. O controle dos pais é o recurso para o que suspeitamos há muito tempo: as crianças, em grande parte devido às redes sociais, não estão bem.
Manter as crianças longe das redes sociais seria a melhor solução. Se isso for muito difícil, os pais devem proibir o uso do TikTok, limitar o tempo de tela ou retirar os telefones durante a escola. Caso contrário, as tendências que normalizam a preguiça, exploram a interseção entre jogos e trabalho sexual, ou glorificam o hedonismo moldarão a mente de seus filhos.
© 2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês: Rise of the ‘Rat Girl’
noticia por : Gazeta do Povo