A policial Valdéria Barbosa Peres, morta pelo ex-companheiro na última sexta-feira (11) com 54 facadas no tórax, recebeu as últimas homenagens de familiares e colegas nesta segunda (14). O caixão da agente percorreu ruas do centro de Brasília em uma viatura do Corpo de Bombeiros e foi seguido por carros da Polícia Civil. O suspeito, Leandro Peres Ferreira, foi morto na madrugada desta segunda-feira em Porangatu (GO), durante uma troca de tiros com a Polícia Militar de Goiás.
O caixão de Valdéria estava coberto de flores e com uma bandeira do Brasil. Havia também uma bandeira com os dizeres “Segurança pública em luto”, em uma das laterais do caminhão do Corpo de Bombeiros. Do outro lado do veículo, foi afixada uma homenagem dos colegas da agente da Polícia Civil do DF: “Val, eternamente em nossos corações”.
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O velório de Valdéria ocorre nesta segunda-feira, a partir das 14h, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O corpo será cremado em Formosa (GO).
O crime
Valdéria trabalhava na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 2, em Ceilândia (DF), e foi morta em casa. O corpo foi encontrado por um de seus filhos.
Suspeito foi morto pela Polícia de Goiás
Leandro Peres Ferreira foi localizado na madrugada desta segunda-feira em uma estrada vicinal às margens da BR-153. De acordo com os agentes, ele portava um révolver de calibre .32 e acabou sendo atingido durante o confronto com a polícia. Leandro foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital Municipal de Porangatu, mas não resistiu aos ferimentos.
O casal estava junto havia cerca de dez anos e passava por um processo de separação. Segundo um dos filhos da policial civil, o homem tinha saído de casa havia aproximadamente um mês, mas insistia em reatar o relacionamento.
Em entrevista à Record TV neste domingo (13), o pai de Valdéria, o aposentado Valdomiro Florêncio Barbosa, de 78 anos, disse que esperava justiça para o assassinato da filha e que Leandro, o suspeito do crime, não dava sinais de ser violento.
Feminicídios
Trata-se do 23º feminicídio registrado no Distrito Federal em 2023. O número de casos neste ano já é superior ao de todos os feminicídios registrados no ano passado.
Leia mais: 58% das vítimas de feminicídio no DF tinham medida protetiva vigente, afirma relatório
Segundo um relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do DF, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada nove dias no primeiro semestre de 2023. A maioria dos crimes foi motivada por ciúme (50%) e pela não aceitação do término do relacionamento (35%); 80% das vítimas sofreram violência anterior; e metade delas (50%) havia registrado ocorrências de violência praticada pelo mesmo autor.
De janeiro a junho deste ano, também foram registradas 38 tentativas de feminicídio. Na última segunda-feira (7), a Lei Maria da Penha, que coíbe e previne a violência doméstica e familiar contra a mulher, completou 17 anos em vigor.
Onde denunciar
PMDF – Ligue 190 — Uma vítima ou testemunha pode pedir ajuda por meio do telefone; uma viatura da Polícia Militar é enviada imediatamente ao local. Disponível 24 horas.
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 — Escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência, registra e encaminha denúncias de violência aos órgãos competentes. Disponível 24 horas.
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) – 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673 — Mulheres que são vítimas de violência doméstica e familiar contam com delegacias especializadas que funcionam 24 horas por dia.
noticia por : R7.com