Nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que autoriza o uso da ozonioterapia em todo o território nacional como um tratamento complementar. No entanto, a decisão foi polêmica. Isso porque, em 2020, durante a pandemia de Covid-19, a técnica foi recomendada para o tratamento da doença, sem ter sua eficácia comprovada para tal, e com aplicação por via retal, pelo prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB).
A terapia, de caráter complementar, consiste na aplicação controlada de ozônio (O₃), gás composto de três moléculas de oxigênio, para fins terapêuticos, conforme explica a fisioterapeuta Poliane Cardoso, especializada em ozonioterapia.
“A base da terapia é a melhora na circulação sanguínea, o aumento da oxigenação celular, o estímulo ao sistema imunológico e o combate a microrganismos patogênicos.”
De acordo com a Aboz (Associação Brasileira de Ozonioterapia), o método possui caráter complementar e não substitui as técnicas nem os tratamentos já incorporados ao sistema de saúde.
A instituição elucida que o gás aplicado é diferente daquele utilizado para fins industriais, sendo obtido a partir do oxigênio medicinal puro. A dosagem e a concentração da mistura do oxigênio e do ozônio devem ser exatas, com variação de 1 a 100 microgramas por mililitro (µg/ml). Isso corresponde a uma mistura dos gases entre 0,05% de ozônio e 99,95% de oxigênio a 5% de ozônio e 95% de oxigênio.
Atualmente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autoriza o uso da ozonioterapia entre dentistas, para a ação antimicrobiana no tratamento de cáries; periodontistas, na prevenção e no tratamento de quadros infecciosos e/ou inflamatórios; endodontistas (especialistas em canais dentários), na potencialização da fase de sanificação do sistema de canais radiculares; em cirurgias odontológicas, para auxiliar a reparação de tecidos; e entre esteticistas, para ajudar na limpeza e na assepsia da pele.
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Entretanto, Poliane alega que, segundo o Tratado de Madri, são estudados mais de 345 outros tipos de aplicações como tratamento complementar de outras condições, como doenças infecciosas, doenças circulatórias, doenças autoimunes e dor crônica.
A ozonioterapia pode ser administrada por médicos especializados em medicina complementar e alternativa, como naturopatas, médicos integrativos ou especialistas em terapias naturais, além de dentistas e esteticistas e especialistas em ozonioterapia.
A aplicação do ozônio pode variar conforme a condição que será tratada e os métodos utilizados pelo profissional. A administração pode ser feita diretamente no sangue, com injeção em tecidos, aplicação tópica em óleos ou gases em cavidades corporais (retal, vaginal e auricular).
Entre as administrações, Poliane afirma que podem ser realizadas:
• com auto-hemoterapia, em que uma pequena quantidade de sangue (5 ml) é retirada com uma seringa e misturada com o ozônio e o oxigênio e reintroduzida com uma injeção intramuscular;
• por via retal, em que um cateter é introduzido na cavidade anal, e o ozônio é insuflado e absorvido pelo intestino;
• por injeção intramuscular, de até 10 ml, comumente aplicada nas nádegas;
• por via intra-arterial e intravenosa direta, em que uma seringa é utilizada para injetar lentamente a mistura de ozônio e oxigênio;
• com água ozonizada, em que o gás ozônio é borbulhado e aplicado na pele ou injetado entre as articulações;
• com óleo ozonizado, em que o gás ozônio é infundido em óleos essenciais e aplicado na pele.
FONTE : R7.com