POLÍTICA

J.R. Guzzo: ‘Pochmann é o pior chefe que o IBGE poderia ter’

O presidente Lula fez das nomeações para o seu ministério e para o “primeiro escalão” uma calamidade nacional – um concentrado inédito de incompetentes incuráveis, transmissores de ideias cretinas, gente enrolada com a justiça penal e daí para baixo. Como alguém consegue juntar tanta gente ruim num mesmo governo? Não se sabe, mas isso já foi. A questão, agora, é saber se o nível pode cair ainda mais. É difícil – mas não é impossível. Como nos casos de “superação”, Lula consegue ir além dos seus próprios recordes: confirmou a nomeação, para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de um dos piores chefes para este tipo de serviço que se poderia encontrar em qualquer lugar do mundo. É simples: o novo estatístico-mor do Brasil é um inimigo dos números. Acha, desde sempre, que a aritmética não pode atrapalhar seus desejos políticos.

“Como ex-presidente do IBGE, estou ofendido”, diz o economista Edmar Bacha, um dos participantes da equipe que montou o Plano Real. “É um dia de luto para a estatística brasileira”, diz a economista Elena Landau. Marcio Pochmann, o nome imposto por Lula (a ministra do Planejamento, a quem cabe a escolha, foi a última a saber) é um militante da “ala esquerda” do PT; não tem nada a ver com as exigências técnicas do cargo. “Ele é um ideólogo e não terá problema nenhum de colocar o IBGE a serviço dessa ideologia”, diz Bacha. “É uma pessoa que não entende de estatística e não tem preparo para presidir o IBGE”, diz Elena. O que se sabe de Pochmann não é edificante. Passou a vida no serviço público, do qual se aposentou aos 58 anos de idade – nunca contribuiu para a produção de um único pedaço de rapadura neste país. Sua passagem por uma repartição federal de pesquisa econômica foi “desastrosa”, segundo Elena Landau – demitiu técnicos competentes e interferiu nos trabalhos por razões ideológicas. Fora isso, disputou três eleições, para prefeito de Campinas e deputado; conseguiu perder as três.

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A ideologia de Pochmann não tem ideias – é apenas uma declaração de guerra a tudo o que o cidadão brasileiro acha bom. O homem é contra o PIX, que acaba de bater seu recorde: 135 milhões de transações num único dia. Afirma que a possibilidade de converter reais em dólares transformou o Brasil num “protetorado dos Estados Unidos”. Defende que o Imposto de Renda possa chegar a 60%. Diz que o Brasil deveria explorar “o espaço sideral” para a “geração de riqueza” – e por aí vamos. Mas e daí? Lula quer no IBGE um subalterno que dê um jeito nas suas estatísticas, fazendo sumir os números ruins e fabricando números bons. O consumo da picanha vai bombar.

Leia também: “A lei somos nós”, artigo de J.R. Guzzo publicado na edição 175 da Revista Oeste

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